22 de janeiro de 2012

Persona 2 - Eternal Punishment


Enfim, olha eu de novo.

Eu dei uma sumida por que estava me dedicando inteiramente a esse jogo, afinal de contas, terminei Innocent Sin e de cara comecei a continuação direta do jogo.

E todo esse tempo sumido valeu a pena e gostaria muito de compartilhar com todos.

Agora antes de tudo, eu avisei que haveria comparações entre os dois jogos Persona 2 e vou dar alguns spoilers, se não suporta ler coisas antes de ver o jogo, eu entendo que você não queira ver essa postagem.

Bom, pra começar, esse jogo somente foi lançado no PlayStaton, e pra nossa sorte em inglês de forma tradicional, afinal de contas dessa vez a Atlus não tinha a desculpa do suposto homossexualismo e nazismo presente no jogo anterior dessa vez.


E pra quem jogou esse jogo antes do Innocent Sin, deve ter sido confuso em alguns eventos, ao menos de princípio, afinal de contas, apesar de serem continuação direta um do outro e tudo ser muito bem explicado, não é obrigatório você seguir a ordem, pois a Atlus capricha de forma que cada jogo tem sua história de forma que você entenderá o anterior.

Com menos detalhes, afinal ela não é trouxa o suficiente pra te dar duas histórias num jogo só.

A mecânica do jogo é simples, assim como o Innocent Sin japonês que os hackers traduziram, porém com alguns detalhes adicionais como o atalho para Fusion Spells, uma vez que você as descobre. E fazer contato com demônios pra pegar suas cartas de tarô se tornou uma tarefa menos complicada, afinal de contas no Innocent Sin cada personagem tinha 4 opções diferentes e sendo 5 no grupo, fica meio complicado acertar o contato e mais ainda memorizar qual que deixa cada demônio interessado, feliz e etc...


Agora o contato é uma coisa individual pra cada personagem, cada um faz somente uma ação e há combinações de personagens. Há muito que se pode fazer e nada é mais inesquecível na arte de fazer contatos do que o Flamenco de la Passion da Ulala com o Katsuya, ou a conversa de adulto do Tatsuya com Baofu.

E agora que comecei a falar dos personagens irei dar seguimento.

Há uma grande diferença nos personagens jogáveis de Eternal Punishment pra todos os outros da série Persona já lançados. E a resposta é simples.

Os personagens são adultos.

Todos os outros envolvidos mostra o amadurecimento de adolescentes, o que não é necessáriamente ruim afinal de contas é uma fase onde todos aprendemos muito, porém aqui o buraco é mais embaixo.

Todos os protagonistas são maduros, profundos e resolvem problemas mais pesados e sinistros que o normal, todos do Eternal Punishment passam por coisas muito maiores que a galera do Innocent Sin.


Maya é a repórter da revista Collest que é invejada e odiada pela patroa, Ulala é a personagem frustrada consigo mesma, Baofu é o cara misterioso com histórias surpreendentes, Tatsuya de fato sofre o jogo inteiro devido ao ocorrido em Innocent Sin e Katsuya desiste de tudo que tinha interesse pra vingar o pai.

E parece que nos dois jogos eu simpatizei mais com os dois mais estranhos, Eikichi além de tudo que eu já tinha dito usava como arma uma case de violão que atirava, uma arma de espião. E Baofu que bate usando moedas...

... eu sei que é ridículo, mas Baofu consegue ser tão foda e profundo que eu cheguei a ponto de ignorar isso.

E de fato a profundidade de cada situação me deixou muito preso no roteiro, o que é meio inconveniente num jogo onde precisa treinar muito.

Eternal Punishment é MUITO, mas MUITO MAIS DIFÍCIL MESMO do que Innocent Sin. Pra todos que querem jogar os dois jogos eu sempre recomendo pegar o primeiro da série pra se acostumar, e ele já não era moleza.

Mas vale a pena por que o roteiro é ótimo. Que diga-se de passagem é muito melhor que de Innocent Sin.

Depois de todo o ocorrido no primeiro jogo, todos deveriam esquecer do que houve pra criar a nova realidade, e Tatsuya no último instante se recusou a fazer isso, gerando uma nova realidade onde ele lembra de tudo que aconteceu. Na verdade o mundo dele foi destroçado e somente Sumaru sobrou, e ele lembra de tudo no novo mundo, a mente dele foi transportada de um mundo pra outro. E Nyarlathotep, vilão-mor do jogo aproveita tudo isso pra poder realizar eventos que lembrem o máximo possível do que ele já tinha feito antes.

E com um novo grupo, Maya e Tatsuya devem chutar o traseiro dele novamente, agora ao lado de Baofu, Ulala e Katsuya todos presentes no Innocent Sin, com excessão de Baofu que somente espalhava e caçava rumores pela internet e não chega a aparecer fisicamente.

A nova realidade é o mesmo esquema da anterior, abalada de forma que tudo que muita gente acredita acontece e com isso os personagens devem desenvolver a trama até que tudo se encaixe no vilão. Que dessa vez aparece na forma de Tatsuya do Innocent Sin, já que no jogo anterior ele assume a forma do tio do Jun.


É meio complicado falar de Persona 2 sem dar spoilers, acreditem...

No novo mundo há poucas diferenças geográficas, alguns personagens agora estão em outros locais, como Kuzunoha que anteriormente ficava em Hirasaka e agora fica em Aoba. Mas nada que incomode, é mais mesmo pra mostrar que são dois mundos diferentes. A grande diferença está nos preços. Aqui tudo é mais caro, bem mais caro...

E aqui o processo de evoluir personas são menos trabalhosos, ganhar rank 8 com os personas não é tão trabalhoso como em Innocent Sin. A compatibilidade ajuda, mas ainda assim é mais tranquilo. Porém, o level dos personagens é algo mais trabalhoso de se conseguir, e os inimigos de uma marmorra pra outra costumam ter um level bem grande de diferença. O restante é normal como mutações e por ae vai.

O gráfico é pouco melhor que do jogo anterior, mas nada super notável causando até mesmo a impressão de ser o mesmo, mas quando se olhar algumas magias os detalhes (poucos) irão aparecer. Mas é algo mínimo, vai ter que ser muito detalhista pra notar.

Agora a trilha sonora, é ótima, mas eu diria que ela é... preguiçosa. Shoji Meguro simplesmente mixou a grande maioria das músicas. E dessa vez não tem uma tema pro grupo, como no primeiro. Eu apesar de gostar muito, prefiro o capricho da primeira.

Outra coisa reaproveitada são os monstros, que no primeiro jogo também são melhores. A diferença dos magos de um jogo pra outro são impressionantes, os magos desse são muito toscos. Dos monstros presentes nos dois jogos, pouquíssimos são melhores no Eternal Punishment, foi muita preguiça na hora de desenhar alguns no meu humilde ponto de vista.

Um fator importante na história é que antes de Tatsuya entrar no grupo, acontece um evento onde se pode escolher um homem ou uma mulher, se for homem entrará Nate (Kei Nanjo no original) e se for mulher será Ellen (Elly no original), ambos personagens do Persona 1, e cada um deles segue um rumo diferente até chegar no ponto onde Tatsuya reúne ao grupo. Eu particularmente prefiro o Nate principalmente na história, mas os dois arcos são legais.

E pra finalizar, eu sinto falta da dose de humor que havia antes, em Eternal Punishment, a coisa é mais séria e tem um clima investigativo policial muito bacana boa parte do jogo, e é bem interessante ver como o cara mais dentro da lei possível (Katsuya) e o mais fora possível (Baofu) brigam e no final das contas ainda se tornam amigos. E não só isso, o modo de como cada um enfrenta, enxerga e resolve seus problemas acaba se saindo peculiar e interessante.

Bom, como eu já disse na postagem anterior, Persona 2 não tem gráficos lindos ou mesmo aquele impacto visual, o lance aqui é o roteiro. E é ótimo por sinal, então altamente recomendado, e principalmente pra todos que gostam de testar a própria paciência com jogos hardcore.

E depois que terminar o jogo, poderá começar o jogo novamente com um new game + e com isso fazer a outra ramificação da parte onde se escolhe entre Nate e Ellen e com as duas prontas no mesmo save ganhará acesso ao Ex Dungeon, onde pode enfrentar muitos monstros apelões e de quebra chutar a bunda do Philemon também. Quem jogar os dois jogos, vai entender bem por que ele também merece.

E pra finalizar, uma ilustração incrível e bem desenhada com todos os protagonistas dos dois jogos.


Enjoy!

4 de janeiro de 2012

Persona 2 - Innocent Sin


Bom, agora que já estamos de volta com nossa programação normal, já que eu estava de férias (leia-se: Preguiça extrema e falta de criatividade no máximo), mas enfim, ano novo, vida nova, então por que não postagens novas ?

Afinal de contas, eu não abandonei essa joça. E nem sequer pretendo.

Mas enfim, vamos ao que realmente interessa.

Esses dias, zerei Persona 3 FES (postagem dele em outra hora), e tive incrível vontade de jogar outros jogos da série Shin Megami Tensei, cuja qual é a franquia chefe que carrega Persona, todos os que estiverem em inglês, claro. Mas por enquanto preferi continuar na série Persona, que por mais difícil que seja ainda é o mais tranquilo da franquia, e eu simpatizo mais com ele em roteiro do que com o resto.

Mas não se iludam, Shin Megami Tensei é conhecido por ser hardcore e ter histórias excepcionais.


Enfim, com tudo isso, eu queria jogar o segundo da série, mas havia um problema. São dois jogos Persona 2, Innocent Sin e Eternal Punishment, mas somente o segundo em questão foi lançado no ocidente, o primeiro foi lançado somente em japonês (depois saiu um hack com ele em inglês em 2008, versão americana oficial somente no PSP), e o motivo que se especula é o fato de Innocent Sin ter abordagens sobre homossexualismo e nazismo. O primeiro motivo eu descordo completamente, é tudo isso pelo fato de Eikichi, um personagem aparentemente andrógeno porém narcisista e o motivo maior seria Jun Kurosu, personagem andrógeno master do grupo.

Mas vou explicar em breve.


Agora vamos aos detalhes técnicos, Persona 2 como um todo, não tem gráficos surpreendentes, é tudo usado em sprites de forma simples, não tem movimentação que se possa vangloriar, mas ainda assim bem usada de toda forma.

O sistema de combate é ótimo, nas duas versões do jogo. E sim, eu me esqueci acima mas existem duas versões, a original do PlayStation e o remake do PSP, que por sinal tem gráficos melhores e mais coloridos mas ainda assim a mesma coisa.


Mas voltando ao sistema de combate, o de PS1 e PSP tem pequenas diferenças, no PS1, por exemplo as Fusions Spells, são usadas somente como fórmulas, por exemplo, pra se fazer Tower Inferno são necessárias três magias de: água, terra e fogo. Exatamente nessa ordem e nisso você mesmo que pode montar, enquanto no PSP já é usado o sistema do Eternal Punishment de otimização, no qual a Fusion Spell além da fórmula, pode ser escolhida de forma que automaticamente será selecionada a melhor magia de cada personagem. Desde que os personas envolvidos tenham a magia disponível, claro. E todos podem usar mais de um persona, mas isso seria gameplay do jogo, em história é como se cada um somente usasse um.

Além de tudo, cada persona tem rank, e vai de 1 a 8, e demora MUITO pra conseguir isso, sem contar que ele depois disso continua evoluindo com mutações ou ganhando atriutos no status ou magias novas com uso constante de fusion spells.

Outra coisa legal disponível é o fato de que se pode escolher o sistema de ordem de cada ataque além de poder escolher como será o decorrer da batalha, em um dos modos, o turno acaba e volta sua chance de trocar cada ação e o outro vai repetindo todas as suas útlimas ações de modo que depois do primeiro turno começa a priorizar a velocidade de cada um no combate.

Agora se tratando de roteiro. Que por sinal é impecável. Trata-se de algo no meu ponto de vista genial.


Somente pra começar, apesar de não parecer, se trata do mesmo universo do Persona 1, lançado originalmente também pra PlayStation (a versão americana tinha alterações na história), e pouco tempo atrás lançado um remake pra PSP com a história original em inglês, mesmo que nem tudo indique isso. Algumas coisas são tão diferentes que realmente não parece, mas o que prova isso são determinados locais e personagens do primeiro jogo, também presentes no segundo da série. Mesmo que como coadjuvantes.

O roteiro no início ao fim é brilhante, surpreendente e empolgante. É muito difiícil explicar o roteiro desse jogo sem dar spoiler, mas vou me esforçar.

Começando pelo simples fato da versão americana oficial no PSP ser suavizada, afinal de contas, a japonesa é sempre de uma forma ou de outra alterada.

A sorte é que não é nada que estrague a história, nem sequer incomoda, mas é foda sentir uma alteração na obra original, mas vamos ao que importa...

A realidade do jogo presente se encontra abalada, de forma que todas as coisas que muita gente acredita se torna realidade, tudo mesmo, até as mais bizarras e com isso vários eventos são citados, até que um deles acontece no colégio do personagem principal, Tatsuya Suou.


Porém pouco antes disso, por motivos de história, eles vão parar no Inconsciente Coletivo, onde Philemon garante a eles o uso de personas e explica que persona é nada além da materialização da personalidade de cada um. Lembrando que o próprio Philemon é o persona da humanidade, dos aspectos positivos dela. Enquanto Nyarlathotep, vilão-mor do jogo é exatamente o oposto.

Com objetivo de resolver tudo, Tatsuya, Lisa, Eikichi, Maya e Yukino se posicionam pra resolver o problema em questão. E o motivo de ser difícil sem dar spoiler é que cada evento concluído te da uma pista ou indicação do próximo, de forma que tudo se conecta até no final do jogo.

E como eu disse, Jun é o último a entrar no grupo, fazendo Yukino (que também é do Persona 1) sair de forma definitiva, porém eu disse isso a respeito do fato dele ser assimilado ao homossexualismo pelo fato de ser andrógeno.


Na verdade todos os personagens são extremamente profundos, Jun por exemplo é do tipo delicado, que não age de forma agressiva nem sequer com palavras, e é mostrado no jogo claramente como ele chega a sofrer por isso, Eikichi era um cara gordo que namorava uma das garotas mais lindas do colégio, porém ela de tanto ser humilhada por isso o abandona, o que o motiva a mudar e se tornar até mesmo narcisista. Lisa é uma garota japonesa, porém de pais americanos e é se sente péssima por não saber sequer uma palavra em inglês, mas isso é o menor dos problemas delas (quando jogar irão entender), Yukino aparentemente é bem resolvida mas também passa por um tremendo perrengue.

Maya é a repórter maluca (muito, mas muito mesmo...) que está sempre pensando positivo porém tem seus problemas e seus traumas e nem sempre consegue esconde-los. E Tatsuya é o típico personagem principal de RPG que não fala muito, mas pelo menos ele ainda tem motivo pra isso, e o próprio jogo mostra pessoas irritadas com ele por serem ignoradas.


Mas apesar de tudo isso que eu falei, é só uma gota perto do oceano que eles são em profundidade psicológica.

Parte da graça de Persona em geral é o roteiro, apesar de que no 3 e 4 a Atlus falou claramente que queria dar uma suavizada trocando por exemplo demônios por shadows. E também colocando o fator de vida social, coisa nem de longe presente nesse jogo da série. Porém certas coisas nunca mudam, como a profundidade que já disse, os temas normalmente apocalípticos e Igor, o cara narigudo que sempre está nos esperando na Velvet Room.

Apesar de ter me focado nesse jogo, até por que ele é o tema da postagem, evitei o máximo de comparações possíveis com Eternal Punishment, até por que ele é o tema da minha próxima postagem, e somente lá irei abrangir essa parte.


Mas como já falei, o gráfico não é grande coisa, o roteiro e a jogabilidade são incríveis, mas confesso que na primeira vez que joguei não gostei, eu realmente precisei entender do que se tratava pra gostar, adaptar e acostumar. De fato é meio estranho se você leitor comparar ele com qualquer outro jogo de RPG tradicional.

Um fator importante, é a trilha sonora, Shoji Meguro faz trilhas sonoras tão brilhantes quanto seus roteiros em jogos, são músicas lindas, incríveis e cativantes e a versão remake do PSP ainda te permite escolher entre a original e a refeita. Ambas execepcionais.

Porém, já disse e vou reafirmar, o roteiro é empolgante demais desde que o acompanhe fielmente, e mesmo com a dificuldade alta do jogo, ainda fica super divertido pelo simples fator "O que vai acontecer agora ?" - e é tudo tão surpreendente, que fica ainda mais foda e motivador.

Verdade seja dita. Se quiser RPG com gráfico bom no PS1 vai ter que jogar Chrono Cross, Legend Of Dragoon ou Final Fantasy IX, mas se quiser um roteiro impressionante, Persona em geral é uma série recomendada, com excessão do primeiro pra PS1 que os americanos fizeram o favor de estragar a história. Mas ainda bem que a Atlus viu o erro e fez remake dele no PSP, mas isso é história pra outro dia.

Falando em PSP, esse remake possui um modo bônus, um docinho na boca dos fãs que esperaram tanto, que é o Theater Mode, que são várias histórias paralelas,no qual uma delas se passa no St. Hermelin High School, colégio onde Yukino se formou, e é uma história que gira mais em torno da Maya, e isso é uma motivação e tanto. Não faz parte do roteiro original e pode ser acessado em qualquer parte do jogo. Porém, quando você pensa em histórias bônus a impressão que passa é ruim, mas pelo contrário, essas são boas, simples mas muito boas e são coesas com o universo do jogo mas como já falei, longe da trama original.

Ou seja, não faltam motivos pra se encarar um jogo desses. Certo ?

E pra terminar a postagem, vou deixar a foto do meu personagem favorito.


Enjoy!