29 de maio de 2014

Tales of the Abyss - O Destruidor de Clássicos.


Não entendeu o título? Eu imaginei!

Pois é, continue lendo e vai fazer todo sentido a longo prazo.

Tales of the Abyss foi meu primeiro contato com a série Tales of, mas diferente do que dizem, eu não sou um cara que se apega por nostalgia ou ao primeiro que eu jogo de uma franquia...

Mas depois de terminar esse jogo, eu duvido que qualquer outro da série seja melhor, do mesmo nível ainda vai, mas MELHOR... Não. Eu duvido!

Mas tudo isso por que?

Seguinte, o enredo de Tales of the Abyss é igual a jóia de 4 almas do Inu-Yasha.

É um milhão de pedaços pra todos os lados e você precisa juntar tudo pra ter o enredo total nas mãos.

Entende a ideia?

Mas vamos por partes, ok?

Tudo começou numa discussão do Alvanista e que veio parar no meu blog, eu digo e repito, quem é fã de Final Fantasy VIII realmente não entende porra nenhuma de coisa alguma.


Primeiro o tal fã lunático lá disse que o Final Fantasy XII era HORRÍVEL e eu joguei do começo ao fim, não é uma obra de arte mas ao menos é um jogo ok, ele nem de longe chega nas bizarrices da série como todo mundo esquecendo ou o esquadrão suicída do FF4.

Mas sério, fã de Final Fantasy reclamar do XII é um absurdo, ele é bem melhor que muita tosqueira da série.

Porém esse mesmo idiota disse que tinha jogado Tales of the Abyss e não tinha gostado.

E eu pensei:

"Se um fã de Final Fantasy VIII detesta algo, esse algo deve ser muito bom."

O Dipaula já tinha zerado e falou comigo:

"Juninho, esse cara num sabe o que fala, Tales of the Abyss é um jogo maravilhoso, ele REALMENTE não sabe o que fala."

Como eu vi uma mina fã de FF8 falar que Persona 2 é ruim e um outro cara falando que o FF12 era ruim, agora esse mesmo último fã putinha disse que Tales of the Abyss era ruim, eu tinha MESMO que verificar.

Juntei tudo, amarrei uma faixa na cabeça e desbravei.

Depois de quase morrer de tédio jogando Final Fantasy XII pelos motivos errados (ou seja, trilha sonora de bosta e que me fez dormir literalmente 3 vezes, pelo menos o enredo é legal) eu peguei ele pra jogar no dia seguinte.

Mieu, mascote do grupo, útil em puzzles e até mesmo ele tem background...

E UAU! QUE DIFERENÇA!

Sair de um jogo "ok" como Final Fantasy XII e ir pra Tales of the Abyss é como tomar uma taça de vinho tinto francês depois de engolir meio copo de água suja.

Uma diferença sem tamanho.

Antes de continuar, vou deixar claro: Tales of the Abyss não é um jogo foda, ele é O jogo foda, porque apesar do meu JRPG favorito (por motivos pessoais, etc...) ser Persona 2: Eternal Punishment eu reconheço a fodeza de Tales of the Abyss como melhor JRPG que eu já tive contato em toda minha vida. Os motivos?

Ahá! Vamos ler pra descobrir!


Suba na minha Albiore II e vamos desbravar o mundo de Auldrant!

Seguinte, Tales of the Abyss eu poderia falar tudo de bom que ele tem e ia ficar uns 29 posts aqui falando sem parar, e olha que eu nem vi tudo do jogo. Mas seguinte, vamos começar pelo enredo!

Trata-se de Luke fon Fabre, um cara que vive dentro de uma mansão trancafiado e não conhece quase nada do mundo, é um cara que poderia ser facilmente amigo da Mint do Threads of Fate porque os dois inicialmente são bem parecidos e do nada, Van, seu mestre durante um dia que não era habitual de treino, vai visitar o ruivinho e é deperado do nada com sua irmã Tear o atacando, acusando de traidor e tudo mais.

Com isso, Tear e Luke sozinhos sem querer causam uma hiperressoância e são sem querer teleportados pra fora do reino, caindo no reino inimigo e assim inicia uma jornada de volta pra casa.

Isso é o que temos pro começo, parece normal, comum, genérico ou sem graça, mas caralho... COMO ESSA HISTÓRIA CRESCE! E como fica FODA!


Sério, é inacreditável o crescimento desse jogo pra algo que no começo é TÃO SIMPLES!

É como eu falei, é tipo a jóia de 4 almas do Inu-Yasha mesmo, vários pedaços encaixando e quando você menos espera já está barbudo, fedido, sem tomar banho a 3 dias jogando sem parar e com leves pausas pra mijar e comer algo.

Mais do que isso, é spoiler, tiraria boa parte da graça como fizeram o favor de me tirar com alguns spoilers, um amigo meu (Gustavo, seu filho da puta) foi lá em casa e tinha acabado de ver o anime e me deu um MONTE de spoiler sendo que eu tava prestes a começar o jogo... Maldito seja!

Mas não farei o mesmo com vocês leitores.

Vou deixar pra vocês jogarem e descobrirem. Mas pera... Jogar? Ah sim, vou falar do sistema do jogo!

Basicamente, você tem recursos à torto e à direito.

É um action-RPG onde você controla somente um personagem e deixa o resto programado, a inteligência artificial do jogo funciona maravilhosamente bem e você jamais passará aperto, mas a graça disso está em COMO você pode fazer tudo isso.

Não achei o Menu em inglês e eu espero que você não jogue em japonês...

Existem estratégia semi-prontas, como atacar com tudo, ou defender, e etc, mas o ideal é você montar sua própria com cada personagem deixando os magos a distância, os guerreiros na frente e etc.

Ironicamente, você pode bater com os magos e muito bem nesse jogo, não são tão eficientes quanto um guerreiro mas você nunca passará aperto pela falta de TP (que é o MP do jogo) e poderá descer a porrada com eles também.

Diferente de Final Fantasy XII que é um jogo inteiramente programável e torna o gameplay chatíssimo torando 90% das batalhas algo como "ande com o personagem e deixa a batalha rolar sozinha" com tudo programado, em Abyss as coisas não são assim.

Você programa os personagens mas eles não são digamos... ROBÔS!

Em Final Fantasy XII CADA mísera ação deve ser programada, incluindo itens, ataques, magias e tudo mais, até mesmo prioridades como atacar no ar e no chão e isso é bem ousado mas na verdade na hora de jogar É CHATO PRA CACETE.

Se eu joguei FFXII foi por conta da história que era menos ofensiva e até boa por ser assumidamente simples sem tentar ser profunda, o resto foi um porre, mas aqui as coisas não são assim.

Tipo, eu ficaria feliz jogando o Tales of the Abyss mas fiquei duas vezes mais porque eu tinha acabado de sair de um jogo bom, porém muito coxinha (fria e sem catupiry), então vocês devem entender que é impossível não comparar as situações uma vez que aconteceram tão próximas.

Minha reação foi EXATAMENTE essa:
 

***Momento constrangedor** *

Continuando... No Abyss, os personagens são programáveis em coisas mais simples, mas eles não são completos retardados. Se você programa um mago pra atacar somente de longe, com magias usando determinada porcentagem do TP (technical points) ele simplesmente vai fazer, mas se um inimigo ataca ele de perto e tira muito HP dele, ele automaticamente vai priorizar a própria saúde e usar uma Apple Gel (item de cura) ou o que tiver de cura disponível no momento.

E isso é completamente variável, se ele acaba o TP, ele pega e parte pra porrada, se um personagem guerreiro bate físico e não surte efeito, ele automaticamente vai usar técnicas pra tentar assim abrir uma brecha, ou fugir na horas que tiver com pouco HP e se recuperar pra depois tentar de outras formas acertar os inimigos.

Tá vendo, são situações assim que tornam o jogo extremamente frenético de gameplay e as batalhas não cansam, justamente porque você não precisa se preocupar com a IA do jogo, já que ela é completamente eficaz.

Uma coisa legal é o fato de poder cozinhar depois da batalha, isso mesmo! Cozinhar! Um aspecto de gameplay desde os primórdios de Tales Of que te permitem recuperar parte da energia depois de cada batalha, afinal de contas você tem um número limitado de itens, 16 pra cada um deles, no máximo.

Agora, por que as batalhas são legais? Só por isso?

NÃO!

Ahá!

As batalhas desse jogo (na verdade da série Tales Of) são bem dinâmicas, divertidas e extremamente frenéticas porque conisiste em combos, mesclando variações de golpes normais, com técnicas normais e técnicas avançadas e isso aumenta e muito o leque de possibilidades dentro da batalha, e quando mais combos você fizer, mais bônus (em experiência) ganha por isso e realmente é divertido pra caralho!


Principalmente quando você começa a pegar as técnicas que misturam outras técnicas, e aí sim, tudo fica mais louco que o Batman depois da cheirada de pó com a Branca de Neve e disparamos em direção ao País das Maravilhas.

Depois de determinado ponto, você vai acabar querendo misturar técnicas, magias, overlimits e vai acabar se sentindo como se tivesse jogando um jogo de luta.

Sério! É praticamente o mesmo feeling.

O jogo ainda tem mais variações do sistema com aumento de dano em magias ou em atributos com coisas pegas ao longo do jogo e que variam de acordo com a necessidade de cada personagem, ou com sua preferência. Falando em personagens...

Antes de mais nada, só citarei os protagonistas, qualquer coisa além deles é muito spoiler MESMO. Sério!


Luke fon Fabre


Arrogante, mesquinho, chato, birrento, metido, nojento e todas as demais características que fazem ele ser amigo da Mint de Threads of Fate definem Luke, exceto pela busca de grana da Mint, porque ele já é rico, o filho do Duke Fabre.

Luke é um personagem literalmente insuportável por cerca de 20 horas de jogo, até ele mudar... Mas como ele muda? Só jogando pra saber, mas eu garanto que a cena é foda.

Luke é de longe, o melhor protagonista que eu já vi num JRPG e motivo disso é justamente ele ter amadurecido e perdido as características inteiramente "positivas" que falei na primeira frase sobre ele.

Ele tem um crescimento MUITO digno e eu diria que até muito forte, o que causa essa mudança tem tanto impacto que até hoje me surpreendo com a cena dele se dedicando a mudar, e não pensem que é como em jogos normais:

"Ah, ele fez merda, mas agora ele vai ficar no grupo de novo porque ele é o principal."

Não, o grupo rejeita ele, ele acaba provando ao longo do jogo que poderia mudar e depois prova que mudou, recuperando a confiança de todos. O mais legal é que é tudo natural, apesar do contexto de fantasia, é fácil pensar como todos do grupo em relação à ele antes e depois de sua mudança, essa naturalidade realmente me tocou.

Jade Curtiss


Jade... Jade... O cara é simplesmente FODA. Eu ainda não consegui saber se gosto mais dele ou do Luke (depois de amadurecido, por favor...). Ambos são absolutamente icônicos mas por motivos diferentes.

Como o Dipaula já disse no MeMe 2013, ele é basicamente uma mistura de Batman com Roy Mustang e Zero.

E tipo, ele deu uma suavizada, o Jade é além disso na verdade, um absurdo de forte, e ele tem uma característica ainda maior que suas habilidades e força no geral.

A sua maior marca de longe é sua personalidade... Um cara simplesmente irônico, sarcástico, debochado... Um tremendo filho da puta de se suportar, mas EXTREMAMENTE engraçado. Se eu tivesse do lado do Jade, eu realmente ia querer esmurrar ele até a morte, mas como eu só "vejo" ele (ou jogo, tanto faz) ele acaba se tornando daqueles personagens que roubam a cena e pra caralho.

Seu humor me fazia ter crises de riso, eu sempre ria quando ele abria a boca ou quase sempre. Tinha vezes que era aquele famoso guilty pleasure onde eu ficava com dó de quem ele tirava e mesmo assim chorava de rir.

Mas ele é um cara que além de tudo é misterioso e um grande gênio do mundo de Auldrant, só jogando pra ter NOÇÃO do quanto ele fez pra esse mundo e quanto a sua presença revoluciona a ciência de lá.

Uma frase que vi na internet resume ele: "whatever you can do, he can do better".

Tear


Essa é sem dúvida dos grandes personagens do jogo, Tear ao lado de Jade e Luke tem digamos... Uma importância maior, e não entenda errado, os outros não tem menos importância, eles tem até demais por motivos diferentes mas os 3 estão intimamente ligados ao universo do jogo e ao vilão.

Tear é o estereótipo da garota que ajuda o principal, mas não se engane, ela não é uma personagem vazia como Rinoa, Tear tem seus próprios problemas mas não deixam eles a afetarem de forma alguma.

Ela tem um objetivo maior, revelado a longo prazo e segue nele firmemente, mesmo que isso em partes lute contra a própria personalidade da garota, mas esse detalhe é revelado em pequenas partes do jogo, e não é digamos, jogado na sua cara, é um elemento sutil que deve ser percebido ao longo do jogo.

Além do mais, não é meramente "ajudar o principal" porque sim, os dois adquirem um laço ao decorrer do jogo de forma que os dois funcionam muito bem mas se ela fosse um personagem separado, ela também funcionaria, não é aquele caso de que é totalmente NECESSÁRIO existir um principal pra ela ser legal.

Tear é implacável com seus inimigos, uma verdadeira guerreira e com habilidades de magia incríveis ela é muito respeitada por elas.

Um detalhe interessante é como ela é ironicamente melhor em inglês, a dublagem dela dá um ar mais de "mulher foda" (tipo Mulher Maravilha, entendem?) enquanto no japonês passa essa impressão porém com uma voz mais adorável, mais suave...

Guy


Guy é um personagem muito memorável, absolutamene formidável. Mas inicialmente ele é só o amigo do principal, que é um servo da família Fabre e parceiro esporádico de espadas com Luke.

E aí eu te pergunto, só isso mesmo?

Não. Você sabe que não. E seu passado não é mirabolante ou super complexo, mas é impactante, eu fiquei embasbacado com as ambições de Guy e os motivos que o levaram a ter a vida que leva, as situações que o levaram a ter tal postura com todas as coisas.

Mas não pense que apesar da falta de complexidade, ele é menos memorável, ele é de longe dos mais carismáticos de todo o jogo, seja por sua maturidade absolutamente notável ou por ser alvo de Jade em várias partes do jogo.

Guy também tem um medo inexplicável de mulheres, e isso remete cenas engraçadíssimas mas não pensem que ele é gay ou algo do tipo, essa é provavelmente a única parte realmente complexa de Guy, da qual ele vai superando ao decorrer do jogo e quando a causa é revelada, eu vi uma causa totalmente psicológica e tão massa, que fiquei totalmente embasbacado com esse fator no jogo. Muita coragem dos desenvolvedores.

Natalia


Quem me conhece sabe que eu normalmente detesto princesas de jogos. E o motivo é simples.

Elas são retardadas, de forma geral. E esse não é o caso de Natalia. Ufa!

Quando eu joguei Final Fantasy XII o Dipaula perguntava do jogo e eu falava:

"Ah, ta normal, a história anda devagar e a Ashe é mais protagonista que o Vaan, e ela é uma princesa até legal. Em vista do padrão de princesas por aí"

E ele sempre dizia:

"Se a Ashe for UM TERÇO da Natalia ela já vai ta de bom tamanho."

A Ashe é até legal mas NÃO. Nenhuma princesa se iguala à Natalia Luzu Kimlasca-Lanvaldear. Nenhuma MESMO!

Natalia é uma mulher forte, determinada, inteligente, extremamente habilidosa com seu arco e flecha além de um talento nato pra magias de cura. A mina é filha do rei mas ela não é uma garotinha mimada, ela é uma política nata, e o povo a respeita de forma que é impressionante. Ela é a princesa de Kimlasca e honra suas tarefas todo o tempo lutando por seu povo com as próprias mãos, sendo que bem poderia enviar alguém em seu nome.

Várias reviravoltas acontecem com ela ao longo do jogo e quando ela entra no jogo, ela chega meio chatinha, depois ela se enturma e fica tudo certo, porém ela só vai melhorando e melhorando e melhorando, é um absurdo o nível do carisma dela. Natalia é provavelmente a princesa mais foda que já pintou num JRPG, e eu duvido que alguma outra seja melhor do que ela em qualquer aspecto.

Anise


Essa é outra personagem relativamente estereotipada do jogo, a garota kawaii.

Mas Anise não é meramente kawaii, ela tem background, ela não tem um passado digamos, muito complexo, afinal de contas ela é uma criança, então nada de cobrar dela o que ela não pode oferecer.

Mas ela é uma garota forte, uma maga que usa seu boneco Tokunaga como arma dentro da luta, tornando assim um urso de pelúcia gigante (e ela segurando ele pelas costas) sua arma dentro da batalha, ela é meio que o grandalhão do grupo.

Apesar de tudo, não se engane, ela é MUITO forte mesmo, tanto é que é uma das duas únicas crianças do exército de Malkuth e a guardiã pessoal do Fon Master, que por sinal a pessoa mais importante daquele mundo. Só isso.

Sentiram firmeza? Pois é, ela é a guardiã pessoal da pessoa mais importante do mundo e ela ainda é uma criança.

Mas muitas coisas também acontecem com ela de forma a torna-la memorável, sejam pelos eventos ligados à ela ou por seu humor extremamente retardado, ela me fazia rir de graça, e ela o tempo inteiro fica cantando Luke por ser filho de rico, alegando que quando crescer precisa de um homem rico que a bancasse.

E ela é bem desbocada pra uma garota da idade dela em determinadas situações deixando tudo nela ainda mais engraçado.

Além das poucas piadas sexuais que ela faz, que apesar de constrangedoras são absurdamente engraçadas. Eu me sentia culpado rindo, mas ainda bem que essa culpa passava rápido.

Mas são piadas leves, não entendam ela como fan service pervertido. Eu hein...

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Com isso deu pra ver que é até estranho escolher um grupo de 4 personagens, justamente porque todos os seis são muito legais, eu realmente não tinha um grupo fixo, eu gosto mais do Luke e Jade e eles nunca saíam mas o resto estava sempre variando, a que eu menos joguei acabou sendo Anise mas não por degostar dela, e sim por gostar mais dos outros do que dela, mas isso não me fazia deixar de jogar com ela.

Continuando...

Sim. Esse post vai ser looooongo!

Outra coisa, o jogo tem uma OST fuderosamente foda. Sim! Muito mas MUITO foda!

O jogo consiste em basicamente 3 atos, 3 grandes etapas do jogo de forma geral, e acreditem se quiser... A música de batalha muda de ato pra ato, mas o que mais me impressionou é que as músicas tem certo background com a situação de forma geral.

Eu imagino que não entendeu. Certo?

Anise em um de seus momentos mais doces...

Seguinte, a primeira música de batalha, The Arrow Was Shot, tem um climão de aventura e tudo mais, de coisa mais simples, é até uma música "boba" (no sentido de sem muita emoção) remetendo ao que eu já falei sobre Tear e Luke irem de volta pra casa, porém, claramente não é só isso e coisas acontecem, mas o foco é exatamente essa coisa mais voltada pra aventura padrão.

A segunda, The Edge Of A Decision, é mais forte, mais rápida e agressiva, justamente porque tem algo muito sério acontecendo e você PRECISA impedir, essa é digamos a parte mais de ação do jogo, onde os reais inimigos começam a aparecer e você precisa solucionar toda a treta que está por vir.

A terceira, e última, Never Surrender, é uma coisa mais melancólica, um tanto dramática e digamos, mostrando algo meio triste, uma coisa totalmente inevitável, ou seja, o confronto final, afinal de contas, a situação meio que se resolve antes da batalha final. Mas não é nada retardado, só digo a grosso modo mesmo.

Luke enquanto ainda era insuportável...
Não pensem que fica limitado à isso, os chefes, sub-chefes, grandes chefes e todas as demais situações tem suas músicas específicas de forma que são muito mas MUITO fodas, eu por exemplo fiquei um tanto quanto surpreso quando peguei o Tartarus, que é o navio de guerra do jogo e ouvi uma música totalmente diferente.

Pera, música pra navios? Sim. Tem! E ela é MUITO FODA!

Eu realmente fiquei abismado, o jogo tem uma variação sonora pra tudo, e o mesmo pra músicas de mapa, cenários, cidades, situações, cutscenes e tudo mais. Tudo MUITÍSSIMO bem encaixado.

Na verdade, essa parte sonora até ajuda nas cutscenes já que o gráfico não é dos melhores, ele é bonito mas tem suas notáveis limitações, mas as cutscenes são bem vivas justamente por conta do apoio sonoro de Motoi Sakuraba apoiado de Shinji Tamura e Motoo Fujiwara.


Vai entender porque a Namco investe em Tekken e no Tales of the Abyss investiu tão pouco em gráfico...

Não que seu gráfico seja feio, porém bem limitado se considerado à outros jogos da mesma época com maior poder visual. 

O gráfico é bonito, os cenários são enormes e ele é visualmente bem agradável por conta da estética de anime, mas em algumas situações é fácil notar que tem probleminhas aqui e ali, mas não é nada incômodo, na verdade... Um RPG por mim sendo bom de história, até um gameplay meia boca com gráfico feio eu suporto, mas aqui é pacote fechado.

E falando no enredo, a abordagem dele é de múltiplos temas. Mas como eu já falei, ele é fragmentado, nada é de graça ou corrido, tudo vai aparecendo devagar e no seu devido tempo, e com isso temos várias abordagens como religião, fanatismo, superação, aceitação, pontos de vista, amor, ódio, guerra e até mesmo discriminação, mas como eu falei, nada é totalmente JOGADO ou esfregado no seu nariz, as coisas acontecem e você tem de ver pouco a pouco e ficando sempre antenado pra não perder nada. 

Pra piorar as coisas, é necessário ficar duas vezes mais esperto porque a história é MUITO complexa principalmente do segundo ato do jogo em diante, mas ao menos, temos a função Synopsis que seria o Diário do Luke, lá através do ponto de vista dele, temos uma noção bem grande de tudo que ta havendo, é sempre bom usar ele principalmente se o Jade ou mais alguém falar algo SUPER complicado e você não entender, aí só dá uma passadinha por lá e vai ta escrito de forma resumida e simplificada justamente por ser o ponto de vista do Luke.

Cena de um dos três mangás
 
O mais assustador à respeito do enredo, é como ele aborda todos esses temas de uma só vez, sendo que de pouco a pouco eles vão sendo apresentados e desenvolvidos de forma que TODOS foram bem usados, não fica nada no ar ou mesmo um tema menos explorado que outro. É brilhante.

Uma coisa que eu gostei muito também foi a ausência de maniquéismo, não pensem que os vilões são do MAAAAAAAALLLLLL que não são. Nenhum deles.

NENHUM DELES!

Um deles até engana, eu cheguei a achar que ele realmente era do padrão "malvadinho porque sim" mas não, diferente da maioria, ele tinha uma opinião, uma forma de pensar que o levou a ser daquela forma, e ele é claramente um dos elementos que eu citei acima, mas creio que só quem jogou saberia identificar quem e qual.

Não nego que dá vontade de falar deles, afinal de contas são TODOS muito fodas, ao menos a esmagadora maioria deles, e seus motivos e crenças são formidáveis, mas melhor não, é uma experiência a longo prazo e realmente melhor não estragar como fizeram com boa parte da minha.

Asch é sem dúvidas um dos personagens mais marcantes do jogo. Talvez até da franquia.
Outro fator é que dentro das dungeons tem puzzles, nada colossal ou difícil, slevemente trabalhosos a maioria deles e assim as masmorras de modo geral não são meramente passar até o final e vencer o chefe, tem um pequeno desafio dentro delas como quebra de ritmo pra não ser um jogo que só tem batalhas, isso tudo contribui pra um dinamismo maior dentro do jogo de forma que com o ritmo de uma coisa só sendo constantemente quebrado, acaba por ficar menos cansativo.

O jogo tem um desafio normal, não é de graça feito um Final Fantasy seria mas te exige um pouco de treino e atenção nos combates mas nada comparado à um Shin Megami Tensei e se quiser aumentar a dificuldade, é só alterar dentro do menu. 

Bom, pra mim foi é NADA cansativo, foram 3 semanas seguidas jogando só quando dava e eu adorei tudo mesmo do jogo, eu me divertia pegando batalhas, lendo diálogos, falando com as pessoas da cidade e até mesmo nos puzzles das dungeons, eu só não fiz muita coisa extra porque tenho tanta coisa pra jogar e principalmente porque o enredo do jogo me deixou ALUCINADO de tanta vontade de ver o que diabos ia rolar.

Iron, o Fon Master, figura importantíssima do jogo!

"Mas o que será que vai acontecer?"

Foi a frase que mais usei durante a jogatina, o universo é extremamente rico e eu ficava pensando em todos os detalhes da história e tal coisa não acontecia comigo desde Persona 2 e Metal Gear Solid, é realmente brilhante o modo como tudo se desenvolve e o jogador fica cada vez mais maluco.

Sobre as side-quests, o Dipaula fez bastante coisa, e eu vi uma coisa ou outra do jogo dele porque no meu mesmo quase nada, eu só sei que o jogo ainda por cima tem um gigantesco fator replay porque só nele você pega as segundas Overlimits de cada personagem, eventos se abrem, além de outras mil coisas que você tem mais liberdade pra fazer.

Overlimit? Não sabe o que é?

Ah é... Eu quase esqueci de falar.

This ends now... INDIGNATION!

Tem uma barra abaixo do HP e TP que quando enche, você pode soltar ela e explodir (tipo The King of Fighters 97 mesmo) e você pode emendar combos e enfiar o Overlimit, que seria tipo um especial que tem foto do personagem na frente e tudo. Aquelas coisas legais de anime que a gente gosta.

E só pra não deixar passar, fiquem atentos porque assim como The Legend of Dragoon TODOS os chefes mais importantes tem suas próprias técnicas, eles tem Overlimit e tudo mais, é realmente impecável esse fator, porque os inimigos são como você, só que do outro lado.

Um detalhe MUITO forte e interessante foi a presença dos skits.

Skits são basicamente o seguinte, sabe quando tem diálogo e o grupo fala:

"Vamos pra lá?"


E você simplesmente vai... Mas nos 'Tales of' você sempre terá os skits. Que são a conversa dos personagens no meio do caminho ou durante uma masmorra, na cidade, em lojas, no mapa! Em TODO lugar existe a possibilidade de se ter um skit legal, os mais antigos só tinham pequenas falas e tudo, e eu não sei exatamente qual foi o jogo da série que fez com que fossem DIÁLOGOS mesmo, mas no Abyss os diálogos são fodas, e em alguns casos funcionam como complemento principalmente pra entender melhor determinados personagens.

Algumas coisas são meramente citadas por lá, e não é necessário pra se entender a história, mas são esses detalhes à parte que fazem do mundo de Auldrant um mundo MUITO rico de detalhes, determinadas coisas mal serão citadas na história mas nos skits será sempre bem trabalhado, então fica a seu critério usar ou não, mas eu recomendo, justamente por ser um dos acréscimos mais positivos em relação aos RPG's tradicionais.

Guy ao ver um fã de Final Fantasy VIII.

Com tudo isso, acho que os dois únicos reais problemas ao meu ver é o fato dos Skits não terem sido dublados na dublagem americana (imperdoável isso, na moral, enquanto a versão UNDUB TODOS são dublados) e alguns raros slowdowns quando a tela enchia de magias, afinal de contas, do meio pro final do jogo, Jade e Tear terão muitas magias, tudo isso misturado à muitas técnicas dos amigos e inimigos ao mesmo tempo e com isso em algumas batalhas ocorreram e até encheram o saco mas não foi nada que estragasse o jogo, até porque já tinha TANTA coisa boa (como deu pra notar, né?) e o gráfico que esporaficamente fica meio feio ou esses slowdowns não atrapalharam, eu diria que o maior problema ao meu ver é não ter os skits dublados mesmo.

Tales of the Abyss é um jogo MUITO foda, ele é incomum porque ele é profundo (mesmo que não tanto como Persona) e ele tem várias coisas como um enredo fragmentado de forma brilhante, personagens extremamente carismáticos e profundos (até a piloto do avião tem história, puta merda), uma grande jornada, vilões formidáveis e alguns deles é até difícil lutar contra, porque seus ideais são digamos... Reais! É absolutamente aceitável ver a causa que eles lutam e isso sem falar em tantos outros fatores como as tantas abordagens de diferentes temas num jogo só de forma que nada perde o foco e tudo é bem explicado e detalhado.

Até mesmo será citado, que a batalha final tem um mesmo objetivo com meios diferentes, será um "conflito de duas fés" e não uma batalha de bem e mal. Acreditem em mim, a ausência de maniqueísmo desse jogo só deixa ele ainda melhor.

Não use o mesmo status muito tempo, variar eles é variar suas habilidades obtidas!

Outra coisa mega divertida são os Títulos, situações são geradas ao longo do jogo e esses status recebidos podem ser adicionados nos personagens, eles influenciam nas AD Skills que você ganha ao passar do jogo e todo mundo tem um monte deles. E alguns títulos são roupas extras pros personagens, e eu vi poucas mas curti a esmagadora maioria, isso é um tremendo acréscimo de gameplay pra uma segunda jogada.

E os AD Skills que eu citei acima, são as habilidades obtidas com o passar de níveis de cada personagem, o modo como você joga influencia diretamente nisso, e com isso cada jogo de cada pessoa terá ganhos diferentes pra cada personagem, tornando assim toda jogatina inteiramente única, se você mudar de estratégia com todos os personagens numa segunda jogada, as AD Skills obtidas também mudarão.

O motivo de tanta coisa boa, ou seja, o fato desse jogo acertar pra todos os lados que ele atira, o torna um destruidor de clássicos. Por isso o título da postagem!

O motivo do cabelo curto de Luke e da briga com Asch são fantásticos!

Apesar do jogo ter anime (com a história do jogo, porém adaptada pra algo mais curto), mangá, e entre outras mais coisas na mídia...

...ele não é tããããão famoso como merece, mas ao menos é reconhecido na comunidade gamer, porém eu duvido que todos entendam a grandiosidade desse jogo, é possível aprender muito mesmo com ele como pessoa, dá pra rir muito dele porque o humor é extremamente bem usado, ele tem um fator replay gigante e gameplay violento, side quests bem maneiras que até complementam a história de determinados personagens... O jogo é bom em TUDO mesmo!

Existem basicamente dois formatos de JRPG's, aqueles que tem abordagem em profundidade como Shin Megami Tensei seja nos heróis ou vilões, e tem aqueles que como The Legend of Dragoon é uma grande jornada, sem muita profundidade mas todo mundo com muito carisma... O mais absurdo é que...

TALES OF THE ABYSS É OS DOIS! AO MESMO TEMPO! PUTA QUE PARIU!

Vamos perguntar o que ele acha de quem prefere Final Fantasy ao Tales of the Abyss:


Não fui eu quem disse, foi um presidente. Lide com isso!

Por esses motivos, apesar de ter Persona 2 como meu jogo favorito, eu reconheço com todas as letras que Tales of the Abyss é provavelmente o melhor JRPG que eu já joguei em toda minha vida. Eu recomendo fortemente porque quem gosta de um bom jogo, com bom enredo e um bom sistema vai encontrar aqui um pacote completamente perfeito com tudo de bom ao extremo.

Quando jogarem, vão entender o tamanho da covardia que é comparar Tales of the Abyss com qualquer outro jogo, exceto por uma meia dúzia aí como Persona 2, Legend of Mana e etc...

Ah, e tem versão pra 3DS. Que por sinal é tão boa quanto a do PS2 pelo que dizem!

Enfim, ficou longo mas espero que tenham gostado!

Lembrando que Tales of the Abyss tem o selo Jailson e Obama de qualidade xD


Enjoy!

21 de maio de 2014

Porque Persona 2 É MUITO Melhor que Persona 3 e Persona 4.



Esse texto é totalmente direcionado pra quem não confia em minhas palavras...

Porque aqueles que confiam, vão dar uma risada e pensar:

"Esse cara manja."

Pode ter certeza...

Mas falando sério agora, Persona em si é uma grande franquia, um grande jogo e provavelmente um dos maiores (se não o maior) sucesso comercial dos RPG's da Atlus.

Então... Porque eu digo abertamente que o 2 é melhor que 3 e 4?

É simples, eu até poderia falar disso o dia todo, debater e mostrar milhões de coisas que provam isso... Mas melhor separar por tópicos pra demonstrar exatamente tudo que quero passar.

Em todo caso, vou comparar somente 4 jogos, Persona 2 Innocent Sin, Persona 2 Eternal Punishment, Persona 3 (no caso, o FES e Portable) e Persona 4. Não confundam isso com fanboysmo porque eu gosto de todos os jogos que estou comparando.

Here we go!

Enredo, A Parte Mais Importante


Começando pela parte mais importante de um RPG de verdade que se preze: sua história. Honestamente, vamos por partes, em Persona 3 tem uma abordagem legal sobre a síndrome da apatia, pessoas perdendo a vontade do nada por causa do lance da meia noite, onde tudo fica bizarro, shadows atacam pessoas e tudo mais.

Isso é uma boa ideia e até meio que "encaixa" com a temática colegial do jogo.

O 4 já não dá pra falar isso. Ele tem um enredo base bem melhor que o 3 e até mesmo lembra os SMT "normais" onde tem uma temática macabra, pessoas com medo, e tudo mais. Isso é uma ideia genial.

Mas o que estraga ambos?

A narrativa... Mas ela é ruim? Não... Bom, sim e não. Acaba sendo mais chata do que ruim.

O problema ta no formato colegial que é um saco, e te OBRIGA a passar diariamente numa escola, vendo um progresso de enredo absurdamente lento e te permitindo ir em masmorras de tempos em tempos, sendo que o 3 pelo menos anida tem de tempos em tempos shadows atacando as cidades pra você ir em cenários urbanos...

As duas crises são realmente grandes, e a do 4 principalmente. Na do 3 eu ainda acho "válido" (forçando um cadinho da barra) ter o colégio, mas no 4 pelo menos deveria ser opcional já que a proporção dos assassinatos é tão grande que eu não estranharia os caras abandonarem o colégio pra se dedicar à ficar na cola do criminoso.

Na verdade, eu acho mesmo estranho é eles NÃO largarem...

Mas aí eu te digo? Onde o 2 supera isso? Em tudo!

Por que?

Simples.

Os eventos que ocorrem em Persona 2 não é coisa pra uma meia dúzia ter medo como na pequena cidade do Persona 4 ou em boa parte da cidade grande do 3. Em Persona 2, a cidade é atacada por demônios, por entidades de outras culturas que lá são vistas como primos distantes do capiroto mas isso é o de menos.


A grande graça nisso é que é um evento que pega todo mundo de surpresa, todo mundo fica vendo aquilo e se desespera, quase todo mundo que você conversa e sabe do assunto tem medo ou já ta ficando literalmente louco com o pânico da situação.

Sem falar que no Persona 2 o tecido da realidade ta tão abalado por motivos que seriam spoilers muito filhos da puta, que isso altera o conceito da realidade pra que tudo que muita gente acredite simplesmente aconteça, ou seja, se todo mundo acredita que demônios gigantes maiores que megazords vão brotar do chão... eles VÃO BROTAR... Se pessoas acreditam que existe uma doença que se pega pelo ar e faz geral chorar rios de molho de pimenta, isso VAI acontecer. É bem sinistro.

Persona 2 abusa de várias coisas e entre elas a falta de controle de rumores da sociedade pra benefício de uns e outros, além do fanatismo, do medo, do pavor e principalmente de como o "efeito manada" afeta os seres humanos sejam nos rumores ou nos medos.

Afinal de contas, conversando com os demônios (nos contatos) descobrimos que nem todos sabem que são "demônios", alguns deles nos veem como tal, outros tem medo da gente mesmo, alguns só se defendem e tem os que se divertem matando ou vendo o pânico tomando conta da cidade. Eles até mesmo humanizaram os "monstros normais" do jogo mostrando de uma forma muito inteligente o conceito de ser "humano" que eu particularmente só vi de forma tão brilhante em Legend of Mana.

Se bem que em Legend of Mana funciona até melhor, porque lá isso é meio que parte do universo em si. No caso do Persona 2 foi um detalhe de gameplay bem bolado pra pensarmos duas vezes antes de julgar o livro pela capa.

Músicas

Aposto que ele ta ouvindo a boss theme do Eternal Punishment...

Olha, ta aí um ponto bem legal da franquia. Os sons, as músicas. A esmagadora maioria é realmente foda mas... O que eu tenho a reclamar das OST's do Persona 3 e 4?

Honestamente. A do 3 quase nada.

Mas a do 4... essa sim.

Ela cansa, e tem uma das piores músicas de batalha que eu já ouvi em toda minha humilde e curta vida. Isso se ela não for a pior. Tanto é que no Persona 3 Portable deixaram a música original do 3 e FES e ainda colocaram uma nova (mesmo que não tão boa quanto) pra garota, mas porra. Isso é foda demais.

No 4 Golden, colocaram uma nova no lugar da Reach Out to the Truth e nem sei se tem como trocar, mas só o fato de ter uma nova MUITO melhor (ainda que fraca) já ta de bom tamanho pra mim.

Eu jamais jogaria Persona 4 de novo do PS2 por conta daquela música terrível, mas jogaria o Golden algum dia se tivesse a chance (e tempo) pra tal coisa.

Yuu garantiu que prefere isso do que a Reach Out To The Truth...

Outra coisa, ambas são J-pop mas no Persona 2 as músicas tem mais identidade, sem falar que são mais densas e combinam fazendo jus totalmente ao universo caótico que vivem os personagens.

No 3 e 4 dá a entender a mesma coisa, e a música de batalha do 3 é mega boa, Mass Destruction tem meu respeito mas a do 4 dá nos nervos, mas falando de atmosfera as duas não fazem tanto sentido assim com algo psicológico e que ameaça as pessoas de um lugar, não dá a atmosfera de tensão que por exemplo jogos como The Legend of Dragoon tem em suas batalhas.

Em Persona 2 uma música de tensão, dá tensão de verdade, uma música triste, te faz quase chorar, as de batalhas, te fazem querer entrar em combate enquanto a do 3 é boa pra caralho mas não transmite tanta coisa e a do 4 nem preciso repetir o quanto tenho repúdio daquela abominação.

Ao menos as músicas de chefes do 3 e 4 são excepcionais, elas transmitem um perigo que muitas vezes o próprio jogo retrata mas você acaba não levando tããão a sério assim por conta de temática colegial e a besteira de enfrentar o perigo nas horas vagas...

Eu digo e repito, músicas são importantes num jogo demorado justamente porque parte delas é o que vai te levar a continuar jogando por muitas e muitas horas, mas pelo menos a OST de nenhum desses jogos chega perto da sonolência que tive jogando Final Fantasy XII.

Maniqueísmo


Eis aqui um elemento importante em Persona...

O maniqueísmo nunca foi lá muito usado na série Shin Megami Tensei como um todo, a série clássica te permite ser bom ou ruim, isso já mostra que existem dois lados da moeda e não um "certo porque sim" ou "errado porque sim". Deixando claro que suas ações tem consequências e você pode tomar seu próprio rumo seguindo um dos dois ou sendo neutro.

E no IV ainda tem o "nada" que você não faz nada perante a situação. Até ousado eu diria.

Mas... Persona 2 não tem maniqueísmo. Você provavelmente não entendeu onde eu quero chegar, então vamos lá.

Em Persona 2 todo mundo é forte o bastante pra ter mais de uma persona, cada um claramente tem "sua persona principal" mas isso é só aspecto visual, dentro do jogo eles nunca citam o nome de uma persona verdadeira justamente porque eles não tem uma, todas são suas personas verdadeiras.


Acontece que no 2 cada aspecto da personalidade humana gera uma persona, você ter mais de uma reflete seus lados bons, ruins, amargos, mesquinhos, egoístas, altruístas e etc... Cada persona pode facilmente representar um momento, um aspecto, uma face da sua personalidade.

Em Persona 3 e 4 você tem um aspecto BOM da sua personalidade, no máximo reprimido como o caso de Yukari no 3 e o fato de ter de superar pra ela evoluir ou adquirir um no Persona 4 é meramente ser bom...

Ser bom, amável, gentil, gente boa e etc.

Tanto é que no 4, sua parte ruim vira um shadow, que deve ser enfrentada pra se ter a persona...

Ou seja, você constantemente precisa ser BOM pra ver essa evolução ou ganhar uma persona. Bom no sentido de entender e perdoar seja lá o que magoe tal personagem entre coisas do tipo.

Isso no Persona 2 até acontece no Innocent Sin mas o peso das situações, dos momentos além de maior não é meramente um "ser bom", justamente o modo de amadurecimento de cada pessoa em cima de cada convicção. Isso mostra como mesmo uma coisa que a série nunca teve, o maniqueísmo, em partes estraga parte da experiência no 3 e 4.

Por sorte, foram MUITÍSSIMO bem usados, não posso falar que eles são "os guerreiros da luz e justiça que combatem o malvado maléfico porque sim e pronto" porque não é, os personagens tem profundidade... Já os vilões.... Bem, eles são o próximo tópico!

Vilões


Ai ai, vilões... A maioria deles é um tanto quanto jogada enquanto outros se destacam em meio a multidão, nos fazem torcer por eles e ficar puto com as produtoras por nos fazer jogar com heróis ao invés deles.

Mas não é sempre assim. Claro.

Como o Dipaula já brincou com as palavras, vou deixar claro, Persona 2 tem antagonistas e Persona 3 e 4 tem vilões.

Persona 3 tem a deusa Nyx, absolutamente nada além da concentração dos desejos mais impuros dos seres humanos e tudo mais...

Ela tava selada, funciona bem? Funciona! Encaixa direitinho sem ofender? Concordo de novo. Eu até gosto MUITO dela.

Persona 4 é quase lá, tem o assassino que é até legal a justificativa dele e o modo como ele entendeu as coisas de acordo com eventos da história mas a verdade é que esse dito cujo não é o vilão maior...

A vilã maior é a deusa Izanami... Deusa da mitologia japonesa que é jogada no seu colo com um "porque sim" de dar medo.Enquanto Ameno-Sagiri e o assassino tinham motivações e tudo mais, mas na verdade era parte de um plano maior da deusa manipulando tudo...

Olha como a presença de um "porque sim" pode estragar algo, quando eu digo porque sim é que não foram apresentados os devidos sinais pra te fazer entender, tudo que acontece até o final é que depois do assassino falso e do assassino real, se você jogar com atenção, vai faltar algumas explicações e elas são "uma deusa fez porque sim".

Nyarlathotep, um ser ruim POR SUA CULPA!

Mas se apesar de tudo funciona bem no 3 e no 4 é meio mal usado mas acaba funcionando porque eu reclamo tanto?

Seguinte... Era pra haver uma evolução de um jogo pra outro em tudo, certo? Essa é a ideia.

Em Persona 2 temos Nyarlathotep, o cara simplesmente manipulou tudo do começo ao fim nos dois jogos que participou e ainda é sugerido por interpretação que talvez ele tenha feito no minimo as coisas piorarem no primeiro jogo...

Mas o cara é o que? Desde o começo é apresentado como uma "persona da humanidade". Tanto ele como Philemon são aspectos da humanidade, e notavelmente Nyarlathotep é notavelmente a parte ruim da coisa.

Tudo que aconteceu de ruim durante os dois jogos é simplesmente um teste das duas entidades e no final de tudo a culpa é de quem? Dos próprios personagens do jogo tal como de todos os outros envolvidos e mesmo os não envolvidos, afinal são aspectos humanos, e toda a humanidade está envolvida.

Em Persona 3 ainda houve mortes por parte de um dos vilões menores (Takaya, um vilão interessantinho por sinal) e a morte do Shinjiro é até impactante mas não supera a morte que há no final de Innocent Sin.

Não vou falar de quem é, seria uma puta sacanagem. Mas aquilo sim é uma merda de ver. É legal pela história mas um choque tão forte que simplesmente me deixou de queixo caído...

Nem mesmo compararei personagens como King Leo ou o Joker do Eternal Punishment porque seria até uma tremenda covardia...

Em todo caso, tanto Nyx e Erebus do Persona 3 e até mesmo em partes a maldade de Izanami são um mero plágio de Nyarlathotep, nem todos puderam perceber isso... Dentro desse tipo de universo, criar uma motivação é algo complexo, mas eles simplesmente deixaram "de graça" em relação ao aos primeiros jogos, porque até mesmo o Persona 1 tinha como inimigo final a mente de Mary, que por sinal é meio que uma distorção doentia e macabra tão doida, uma ideia tão foda, que eu até hoje não entendo porque não repetiram.

Gameplay E Seus Recursos

Fusions Spells das mais variadas formas... VOLTEM!

O gameplay do Persona 3 no começo não me incomodou, mas vou ser sincero... Que retrocesso perto do 2.

Vamos por partes, Persona 1 tinha um gameplay simples porém ultra trabalhoso, tinha a questão tática do posicionamento dos personagens, acaba ficando chato de uma forma ou de outra. Mas nada condenável.

Persona 2 veio com um gameplay muito mais coeso, preciso, complexo e pra delírio da maioria.... mais lógico e funcional do que os outros e por diversos motivos.

Primeiro, ele tem vários elementos de ataque, fogo, água, gelo, terra, vento, nuclear, trevas, luz, gravidade, almight e se tem mais algum eu não me lembro. O pior é que faz sentido pela diversidade de demônios e no Persona 3 essa parte foi simplificada.

E eu até entendo, era complexo demais no 2.

Em Persona 3 e 4 mal colocaram fogo, água, terra, vento, luz e trevas. E Almighty... agora virou algo indefensável. No máximo sua defesa mágia pode reduzir parte do dano e nada mais.E os chefes abusam MUITO disso nos dois últimos da franquia, dando uma curva de dificuldade em alguns pequenos pontos totalmente densecessária.

Além de tudo, Persona 2 tinha a coisa mais legal em termos de combate que eram as Fusion Spells.São diversas formas, tamanhos, efeitos e por aí vai.

Os contatos com demônios podem gerar as mais variadas situações entre engraçadas ou sinistras.

Você vai ter que descobrir quais são mas se ganhado o item que é adquirido no cassino que te mostra quais você pode fazer de acordo as magias que tem disponível no exato momento com suas personas... Fica moleza.

Sem falar nos contatos com demônios que eu já falei acima, isso é parte do gameplay assim como adquirir personas novas através das cartas de tarô.

No Persona 3 simplesmente ceifaram essa gracinha chamada Fusion Spell, deixando somente algumas poucas e com personas específicos do principal, gastando um SP absurdo em muitos casos e com breves exceções sendo muito úteis, porque a maioria era uma magia normal levemente turbinada.


Menos Armageddon. Mas ela é roubada e nem conta. Ela ta desde o 2 e o trabalho que se gasta pra ter ela nem compensa... Além de que... Qual a graça de ter uma magia que acaba com tudo na hora? Nenhuma ao meu ver. Tirar o desafio do jogo é uma bobagem.

O resto dos recursos apresentados em Persona 1 e totalmente melhorados no 2 foram simplesmente eliminados.

No 4 a única coisa legal é a interação com os personagens que temos social links aumentados, eles vão te ajudar, tirar status e etc, mas não é nada demais, principalmente se comparado ao nível de estratégia que se pode bolar na duologia.

Elementos do Enredo

Investigação, elemento fortíssimo do P2EP.

Perto de Persona 2, o 3 e 4 são passeios no parque em tudo.

Mas dessa vez não me refiro à elementos macabros e sim na sua complexidade.

O 3 e 4 por exemplo, se você tirar boa parte do que rola no jogo, principalmente os Social Links, as partes de conversa sobre colégio e todas as demais bobagens redundantes que infelizmente acrescentam ao jogo mas em absolutamente NADA pro enredo... O que sobra?

Um jogo onde temos uma aventura simples, que deve ser lidada de forma até mesmo simples, ou seja, no braço.

Não são ruins, de forma alguma.

Mas quem terminou Persona 2 sabe que... QUALQUER elemento do enredo removido pode alterar o fluxo da história.

Experimente tirar a parte inicial do colégio tanto em Innocent Sin quanto Eternal Punishment do enredo, uma vez que eles são explicados no final do jogo em ambos os casos. Eu desafio a qualquer um a fazer isso sem sentir que "falta" algo no decorrer.

O mesmo vale pra Xibalba, as caveiras de cristal e as profecias do Innocent Sin ou mesmo a perseguição criminal, a entrada tardia de Tatsuya ou mesmo qualquer outro elemento do Eternal Punishment.

Os dois P2 são consideravelmente menores que o 3 e 4 mas o que temos no dois últimos são meros acréscimos de encheção de linguiça em muitas partes que pro enredo infelizmente não representa nada.

Principalmente os Social Links, mas que tal falar deles agora?

Social Links, Uma Ideia Muito Boa... e CHATA!


Antes de fechar a janela ou ir nos comentários me xingar, saibam que gostei dos Social Links, mas o "por que" do meu chato? Eu vou explicar.

Pensando bem, vejamos, quase toda sidequest de P2 em geral, aborda elementos do enredo e personagens que tem algo e esse algo te motiva a procurar alguma coisa pra entregar pra essa pessoa ou mesmo resolver...

Agora, seguinte, as sidequests de Persona 2 tem uma vantagem, elas são intimamente ligadas ao enredo de forma que criam um laço de complemento com a história, essa é a grande sacada.

Os Social Links no 3 e 4 são parte da experiência de uma jornada onde o foco é a interação social, mas acaba sendo chato...

Eu sei que os personagens dos Social Links no geral são bem feitos, com conversas interessantes, totalmente coesas e tudo mais... Mas cadê a graça?

Você lê, e acabou. Por melhor e mais bem feito que seja, ela não tem ligação com enredo e o máximo que vai ter é um fortalecimento na Arcana desse personagem. A recompensa é bem pequena comparada ao trabalho que temos com tudo isso.


Eu por exemplo no 3 fiz muitas, eu gostava mas eu esperei algo ligado ao enredo e.... Nada. O 4 como eu já sabia que num tinha, eu nem me dei ao trabalho de fazer. E as poucas que eu vi, eram ainda melhores e mais bem feitas que do 3 mas a recompensa era a mesma. Sem falar na chatice de se programar em dias da semana pra conversar com uma pessoa e outra e ter um retorno minúsculo.

Mas apesar de mais bem feitas de modo geral no 4, os personagens são mais profundos que do 3, mas outro problema... essa profundidade é "opcional".

No 3, a gente vai entendendo os personagens com o simples decorrer do enredo, no 4 não, Naoto por exemplo entra quase na cobrança de penaltis de tão tarde que entra no jogo, mal dá tempo de conhece-la, e se não fizer Social Link com todos você não vai entender os personagens nem mesmo superficialmente.

Eu desafio qualquer um a entender o machismo do Kanji sem os Social Links... Não tem como. Mas no P3 ao menos dá pra entender tudo de cada personagem só com seu mero decorrer, o amadurecimento deles é parte da narrativa principal como um todo.

Persona 2, diferente de ambos, tem as duas coisas, o amadurecimento como parte do enredo e eventos opcionais que se entende melhor os personagens por suas ações ou então o universo em si, mas com toque mais sutil, nem tudo é totalmente jogado na sua cara como nos dois jogos que acabei de citar... Talvez parte dessa sutileza tenha se perdido pelo fato da maioria não ter entendido mesmo.

Um exemplo bacana é que tem um cara que fica nos bares, e ele tem persona, mas ele usa pra ganhar dinheiro e não só em combate, e pra descobrir isso basta conversar com todos antes e depois de cada evento, isso é um modo opcional de conhecer melhor os personagens e se bem explorado, até melhor do que os Social Links...

Persona 5 ta vindo aí, espero que não tenha nada de Social Link e se tiver, que seja opcional... Totalmente complementar... Mas eu sei que terá e que as chances de serem "obrigatórias" são quase 100%.

Personagens!


Falando neles, agora a última parte desse longo post.

Os personagens! E sim, eles são melhores que os de P3 e P4 mas de muito longe.

Em praticamente todos os aspectos.

Se você considerar a arte do P2 Innocent Sin e Eternal Punishment do PS1 piores, ok, eu entendo, porque eu também acho as do P3 e P4 MUITO melhores e mais agradáveis aos olhos.

Mas no geral, falando do pacote completo, Persona 2 vence. Motivo? Simples!

Qual a grande graça de Persona no geral? A humanidade dos personagens, a facilidade de se ver no lugar deles e sentir total empatia por suas causas, motivações e razoes pra serem daquela forma tudo inteiramente humanos ao extremo. Nos permitindo uma forte ligação com praticamente todos eles, ou ao menos maioria.

Então... Por que do Persona 3 e 4 são inferiores? Lembrando, eles são bons. Mas por que inferiores?

Pra se entender totalmente no Persona 3, basta seguir a história, mas ela anda a passos de tartaruga por conta dos Social Links, eventos de escola e etc... E o mesmo no 4, só que no 4 é ainda pior porque são praticamente side-quests.

No 3 ao menos, o próprio fluxo da história te faz ver os personagens e acreditar neles... Mas...


A verdade é que é meio bobo. Em alguns casos.

Casos como Kanji, Yukari e Akihiko são das poucas exceções que são realmente maduros, os outros são realmente bons, mas em determinadas partes até deveras infantil.

Agora, você pega Persona 2 e dá uma comparada, qualquer personagem do grupo.

Por exemplo, ninguém do grupo em Persona 2 morre... Na verdade até morre, mas deixa pra lá. Ninguém do seu grupo precisa morrer pra sair do grupo de uma forma convincente e impactante, alguém que jogou Innocent Sin lembra como a Yukino saiu do grupo? Aquilo é uma tristeza totalmente profunda e absolutamente normal vindo da situação que ela passou.

Ou Eikichi, que teve de superar a crise de falta de autoestima e até se tornou narcisista no processo, ou mesmo o que Lisa precisou fazer pra chamar atenção visto contra sua Shadow, sem falar em elementos mais pesados ainda de Eternal Punishment, sobre como e porque Baofu saiu da Lei pra ir atás de Tatsuzou ou mesmo os motivos de Tatsuya pra se sentir culpado.

Tais coisas, são mais densas, profundas, impactantes e não é necessário um evento de social link pra engatilha-los, os eventos acontecem tais como Persona 3 mas são de uma magnitude muito maior, com um tom mais adulto.

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Bom, é meio que isso aí mesmo, se entendeu mais ou menos onde eu quis chegar, é só comentar se concorda ou discorda, lembrando que eu prefiro a temática mais adulta de Persona, logo essa tacada comercial pra vender apesar de totalmente entendível (uma vez que Persona não era um RPG que se destacava ao extremo) por questões financeiras e atingia muito menos público, em alguns casos uma tacada comercial pode até ser justificada.

Mas não justifica a tamanha queda de qualidade, mas isso é, pra quem curte um Persona realmente adulto, pra quem prefere a temática adolescente, os outros dois são pratos cheios de verdade. Excelentes jogos, ainda que muitíssimo abaixo da duologia que veio antes deles.